- Giulia Granchi
- Because BBC News Brasil em Sao Paulo
11 janeiro 2023
Credit, Wagner Meier/Getty Images
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Preta Gil, filha do músico Gilberto Gil, é cantora e tem 48 anos
A cantora Preta Gil, de 48 anos, usou as redes sociais para contar que foi diagnosticada com câncer no intestino, também chamado de câncer colorretal, após exames terem apontado a presença de um tumor adenocarcinoma na porção final do órgão.
O adenocarcinoma é o tipo de tumor maligno que causou o câncer de intestino da cantora. Ele se desenvolve em pólipos (crescimento abnormal de tecidos em regiões como o intestino) que, embora sejam considerados benignos, se não identificados e tratados precocemente, podem sofrer alterações ao longo dos anos e se tornar cancerígenos.
No caso específico dos tumores intestinalis, os medicos explicam que muitos se desenvolvem de modo assintomático, o que ressalta a importância de exames de rastreamento (leia mais abaixo).
Fatores de risco para câncer de intestine
O câncer no intestino, também conhecido como câncer de colón ou colorretal, é o segundo mais frequente no aparelho digestivo eo terceiro que mais mata no Brasil, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Outras personalidades famosas, como a cantora Simony e os exjogadores Pelé e Roberto Dinamite, também sofreram com a doença.
Estimase que mais de 40 mil novos casos surjam todos os anos no país.
A doença afeta ambos os sexos, em geral a partir dos 45 years, é mais frequente na faixa entre 60 e 70 years de idade. Entre os fatores de risco, destacamse:
Hábitos alimentares não saudáveis
Tabagismo e alto consumo de bebidas alcoólicas;
Histórico familiar de cancer colorretal, de ovário, útero e/ou cancer de mama;
Preexistência de doenças como retocolite ulcerativa crônica, doença de Crohn e doenças hereditarias do intestinal.
Sinais do câncer colorretal
O cirurgião oncológico e presidente da SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica), Héber Salvador, explica que o câncer colorretal pode se desenvolver silenciosamente por um tempo, sem apresentar nenhum sintoma. A discover, muitas vezes, se da por exames de rastreamento.
“É fundamental a realização de colonoscopia a partir dos 45 anos em pessoas sem sintomas ou (a partir dos) 35 anos, caso haja histórico de câncer na família. Esse exame pode evitar a doença, porque, por meio dele, é possível retirar pólipos, que são lesões presas na parede do intestino que poderiam evoluir para câncer”, explica.
É importante também prestar atenção a alguns sintomas:
Alteração nos habitos intestinalis, como diarreia, constipação ou estreitamento das fezes, que perdura por alguns dias;
Mesmo após a evacuação, não há sensação de alívio, parecendo que nem todo conteúdo fecal foi eliminado (sintoma especialmente sugestivo nos casos de câncer de reto);
Sangramento retal (o sangue costuma ser bem vermelho e brilhante);
Presença de sangue nas fezes, tornando a sua coloração marrom escuro ou preta;
Colica ou dor abdominal;
Sensação de fadiga e fraqueza; e
Perda de peso sem motivo aparente
Diagnostico precoce ajuda a salvar vidas
“O primeiro passo do diagnostico do câncer colorretal é traçar o histórico médico do paciente para a identificação de possíveis fatores de risco. O exame físico pode incluir palpação do abdomen em busca de anormalidades, como massas ou órgãos aumentados”, aponta Renata D’Alpino , oncologista and colíder da especialidade de tumores gastrointestinais do Grupo Oncoclínicas.
Depois, o medical pode pedir uma colonoscopia, exame mais usado no rastreamento, e que na avaliação do medical Ricardo Viebig mudou a história do câncer de intestinal.
“O exame passou a ser mais acessível, e as pessoas começaram a entender a importância de realizálo a partir dos 45 anos de idade. A detecção ea retirada das lesões précancerosas (adenomas) e de lesões tumorais de tamanho reduzido ampliaram o índice de cura e têm evitado cirurgias muito agressivas ou tratamentos debilitantes”, declare Viebig, que é diretor técnico do núcleo de motilidade digestiva de neurogastroenterologia do Hospital IGESP (Instituto de Gastroenterologia de São Paulo).
Apesar do avanço, Renata D’Alpino afirma que há muitos tabus que cercam o rastreio preventivo do câncer colorretal, o que contribui para a baixa adesão ao controle precoce da doença mesmo entre pessoas que fazem parte do grupo com risco aumentado.
“Muitas vezes, o tumor só é descoberto tardiamente, diante de sintomas mais severos, como anemia; constipação ou diarreia sem causas aparentes; fraqueza; gases e cólicas abdominais; e emagrecimento. Apesar do sangue nas fezes ser um indício inicial de que algo não vai bem na saúde, muitas pessoas costumam creditar essa ocorrência a outras causas convencionais, como hemorróidas, e acabam postergando a busca por aconselhamento médico ea realização de exames específicos.”
Outros exames que apoiam o diagnostico eo tratamento são a dosagem de anticorpos específicos (marcadores), tomografia, ressonância magnética, eo Pet Scan (tomografia especial para tumores).
Tratamento
A necessidade de rapidez no diagnostic também tem relação com agressividade dos tumores colorretais.
Quando o diagnostico é precoce, as chances de cura são significativamente maiores eo tratamento se torna mais simples, ja que o tumor ainda está em sua fase inicial.
“Esses tumores costumam ser agressivos e, se não tratados, disseminatedse não somente no local, mas também pelo sistema linfático e circulatório. Nessa etapa, eles geram lesões à distância, principalmente no fígado e no cérebro, além de no peritônio, o que reduz a expectativa de vida do paciente”, conclui.
O primeiro passo para o tratamento do câncer colorretal é, em geral, a cirurgia oncológica. Em alguns casos, a cirurgia pode ser seguida pela radioterapia ea quimioterapia.
Vale lembrar que o câncer é uma doença complexa, que pode exigir abordagens diferentes de caso a caso. Por isso, toda a defined do tratamento, bem como das condutas terapêuticas e do tipo de cirurgia realizada, depende do momento da discovered da doença.